quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Realidades




Está um bom dia hoje.
Posso agora dizer que estou sóbria.
A realidade parece mais visível.

Longe da melancolia,
Afasto uns poucos passos.

Quero uma sobriedade sólida,
Não mais o desatino constante.

Levo memórias,
Pedaços de mim,
Fragmentos que lembram dias ensolarados.

Guardo em mim alguns momentos dispersos,
E essa estranha felicidade que me consome até os ossos.

Vejo o movimento da água na parede de tijolos vermelhos.
Abstraio a realidade por uma nova realidade,
Plena de sentido,
Intenso sentido,
Como os sons que ouço agora.

Pelo vento vem vagando a memória.
Os mesmos ventos que trazem o crepúsculo,
Trazem o eu carregado em seus braços.

24 de julho de 2004, no antigo frigorífico Anglo.
Fotografia da lua nascente em 01 de agosto de 2023.