quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Uma noite

 

 


Quando tudo parece tão sólido,
O que desmancha no ar não são as cordas do teu violino.
São as cordas do sentir que atravessam as paredes vazias.

E onde está o silêncio?
Onde está a solidão,
Que presa à garganta desata os pesados nós da vivência?

O que desmancha no ar,
Não é o teu ser constante.
É um arremedo do meu ser confuso.
São as sólidas marcas do tempo que me fazem existir.
São as marcas do medo perdido,
E o desatino da compreensão.

Destas palavras,
Se fez o caos.
Do caos,
Se fez o sossego.
E a inquietude persiste nas insertivas do eu,
Sem definição,
Perdido nos momentos, movimentos em torno da vida,
Causa do meu desassossego.

Pela inquietude respondo aos gritos.
Passos incertos perseguem as poucas noites de total compreensão.
Mas isto é somente arremedo,
A noite já passou. 

Poema sem data.
Fotografia de 14 de junho de 2022.