sexta-feira, 21 de outubro de 2016

Descarte o Descartes



Descarte o Descartes
As coisas não são separadas,
É tudo junto mesmo no Planeta,
E no Universo também!

O pensamento cartesiano é que faz as coisas descartáveis.
É um mundo sem conexão.

Descarte o Descartes,
E a ilusão do conhecimento objetivo.
Descartamos comida,
E há gente que não tem o que comer!

Descarte o Descartes,
Chega de um pensamento tão raso.
Basta já de franceses e ingleses do século XVII!
Descarte também o Newton e o Locke.

Não me venha com essa de que as terras indígenas não são produtivas,
A sua produtividade está acabando com a nossa vida!
A agricultura indígena produz vida!
O agronegócio produz morte!

E se a questão é o avando da ciência:
os Tupinambá já estavam bem à frente do tal do Newton.

Você pensa que seu celular é muito moderno?
E de onde veio boa parte dos metais contidos nele?
Do arcaico trabalho escravo infantil moderno!

Não me venha com essa de que faço a minha parte,
Eu também faço, mas mesmo assim estou incorforme,
É muita maldade, muita ignorância!

Vamos descartar essa economia consumista,
Destruidora do Planeta e da Vida!
Basta já dos plásticos,
Basta de indústrias poluidoras.

Não às armas,
Pois é justamente onde se sustenta o Império,
Na guerra sem motivos,
Na destruição e sofrimento dos povos!

Vamos descartar as indústrias mais lucrativas,
Consumir menos drogas vendidas nas farmácias!
Apoiando a saúde pública gratuita,
E o fácil acesso àqueles que necessitam dessa indústria para viver.
Que as pesquisas da área médica e os praticantes da medicina se ocupem mais em mitigar os males humanos,
E menos em ganhar brindes e viagens das indústrias que só visam ao mercado!

Viva aos Povos Indígenas,
Viva aos Quilombolas,
Viva aos camponeses, agricultores agroecológicos, ao MST,
E à todas as que lutam para que da terra se crie vida!

Que a força da vida seja maior que o espírito doentio e destruidor do Capital!

São João do Rio Vermelho, entre 18 e 21 de outubro de 2016.

segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Urbano e Rural

Derrubar o Concreto,
Decompor o Asfalto,
Viver no Tempo da Natureza!

quarta-feira, 27 de julho de 2016

Aroeira

quarta-feira, 16 de março de 2016

Tempo e Tempestade

Deixem-me chorar
Uma tempestade passou por minha casa.
E não foi tempestade,
Nem de vento, nem de gente.
Foi tempestade de humores,
Humanos demais.

Há meses já que sinto a tempestade dentro de mim,
Ela foi me paralisando,
Fazendo a poeira assentar,
As teias de aranha espalharem-se pela casa.

Tem dias que as lágrimas custam a brotar.
Tenho me sentido estranha alguns dias,
Como se fossem feitos só para deixa-los passar,
Deixar que o tempo leve a tempestade embora,
E faça voltar a alegria dos dias calmos.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Sem título

Paraíso paralisante,
Sem prantos,
Nem espantos,
Nem espasmos inconstantes.

Importante mesmo é a brisa suave,
E a umidade que cobre o morro.

No balanço do mar,
Seja cinza, azul ou verde,
Está a beleza da vida,
O canto permanente da lua,
Semblante suave,
Leve desatino.

O outono e o cruzeiro do sul

Como gosto de ver-te cruzeiro do sul,
E saber que há mais do que posso ver,
E crer que há mais que esta vida breve,
Que estes dias vãos.

Como gosto de ver-te céu azul escuro,
E saber que o amor testemunha
O quanto ainda tenho que viver.

O verão já se vai,
Chega o outono com sua brisa suave,
Suaves dias,
Menos que vãos.

Desterro, 21 de março de 2015.