sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Das cinzas do tempo

A cidade se desfaz,
Se faz do caos!

A cidade não compõe,
Nem mesmo músicas bêbadas.

A cidade se esconde,
Atrás dos olhos do menino.

A cidade se refaz,
Da lama e do vento!

Pelos cantos,
A cidade entoa cantos.

Pelos cantos e frestas se esconde a dor.
A cidade fere!
E desperta.
Em prantos enterra a dor,
E pede os panos,
Das caixas multicoloridas.

Sem data, provavelmente também em 2004.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Previdência

Minha decadência,
Extrapola os limites da sobriedade,
E vaga nos vestígios da insanidade de ante-ontem.

Pesa o corpo gelado da completa incompreensão,
Pena pelo deserto em busca da solidão.

Minha impaciência,
Vil inquietude,
Extrapola os limites do dizível,
E põe ponto final nas tentativas de equilíbrio.

Desassossego e descanso andam juntos,
Embalados pelo incerteza.

2004

Amor

Teu delírio,
Tua cor exala vida.
Tua constante confusão,
Esfacela toda possível lucidez.

Descontrole,
Disparate,
Amor insensível à dor,
Consola minhas madrugadas vazias.

Minhas palavras inacabadas,
Incompreendidas,
Se prendem ao nada.

Se toda essa insanidade é extrema?
Não sei.

De onde vens venta o sol.
E tua luz se esconde onde venta a solidão.


Pelotas, 2004.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Pálida dor

Tarde demais,
Tão cinza!
Sombras por todos os lados,
Silêncio vasto,
Vaga escuridão.

Sem poesia, nem encanto tudo é tão real.

Não há calor humano,
Nem lágrimas!
Não há sentimento algum no tempo,
Que agora sinto presente.

Não há direção contrária,
Nem os sentidos podem transpor.
Apenas existe a dor,
De um sentido ausente.

Sons de vida sem consciência,
Em um tempo de lástimas amargas, opacas.

Insensíveis nós,
Quase imperceptíveis causas.

Pelotas 15 de abril de 2001.

O grito

Hoje,
Procuro em silêncio a sombra da paz de algum dia distante.
Procuro nas linhas vagas do meu rosto um pouco de equilíbrio.
Busco fugir da imensidão dos segundos,
E das horas frias de um calor tórrido,
Do sol que queima escondido entre as nuvens de chuva,
Que não chove,
Mas pinga aos poucos dentro de mim as sensações de dor que procuro não sentir.

Às vezes quero explicar tudo!
Às vezes me despir diante da vida,
E gritar de braços abertos que não tenho medo!

Outras vezes,
Nâo quero mais chorar,
Nem descobrir o motivo da tristeza.

Hoje busco consciência,
Nunca tive, sempre busquei.
Busco perdão sem saber o motivo!

Vou gritar bem alto,
Mentir que tenho coragem!
Fingir que sou forte,
E que tenho razão.

Pelotas, fevereiro de 2001.

Aos injustos

Eles gritam!
Eu olho à meu redor,
Para dentro de mim,
Só vejo desalento.

A multidão chora,
À custa do seu próprio mal?
Poucos são inocentes.
Talvez nem haja inocência,
Talvez seja apenas a ocasião.
Muitos sofrem!

Vejo os sonhos rondando a multidão.
Também sonho, sou parte dela.
Mas temos pesadelos,
Somos silenciosos,
A maldade sussurra.

Julgam-se pecados,
Há penitência,
Perdão.
Pura hipocrisia!

Somos juizes de nós mesmos.
Porém, não justos.
Somos humanos, sem significar humanidade.

Como chamar humano o que mata?
Como chamar homem aquele que expõe seus iguais ao inferno?

Eles continuam gritando!
E continuarão.

Pelotas, 13 de dezembro de 2000.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Drama moderno

Não é drama a minha dor de existir!
É somente o cansaço de um coração aflito que clama por justiça e liberdade.
É o desatino de uma mente farta de lutar,
Com palavras vazias e repetidas inúmeras vezes,
Já ditas por outras tantas,
Em uma sociedade machista e hipócrita.
Sou apenas uma pessoa cansada de tantos discursos vazios,
Inclusive dos meus próprios.
Estou cansada de tanta solidão e falta de independência,
Para mim, para ti, e para a imensa maioria da humanidade.

sábado, 5 de novembro de 2011

A política

A minha expressão política,
É a expressão do desespero!