quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Não há nada

A vida parece tão insana as vezes.
Louca por si própria,
Própria por si mesma.
Tão descoordenada e intensa,
Perdida em uma rotina.
E um simples por do sol no inverno.

Na solidão da lembrança!
Presa dentro de algumas palavras mais loucas ainda.

Sem sentido, contínua, infinita e vazia!
Tão sólida e frágil.
Tento segui-la com meus passos lentos e impróprios.

Dizer o quê?
Não há nada a dizer.

Palavras são eternas e vagam com o tempo.
São esquecidas!
O papel vira cinza,
Tudo vira pó!

E o que fica?
Não fica nada.

O nada é imenso disperso no infinito.
É o que resta, e o que fica depois da chuva.
É o que faz a tempestade turbilhar dentro de mim.

E quando te encontrar, o que vou dizer?
Talvez eu lembre de perguntar se um dia fez sol diante dos teus olhos.
Então direi que a chuva já passou.
E só há o som dos teus passos seguindo em frente.
E o silêncio em torno de mim.

14 de outubro de 1999.