quinta-feira, 4 de agosto de 2011

As vozes do tempo


 

 

Da janela do meu quarto eu vejo passar a multidão.
Eu sou a janela,
E sou a multidão.
Mas não o quarto vazio.

Com um cigarro ainda aceso espero passar o tempo.
Espero amanhecer e desvaneço.

Com pouca calma,
Sentada nas dunas de vento,
Canto as vozes do tempo.

S/D na máquina de escrever.

Fotografia de 21 de novembro de 2021.