sábado, 18 de dezembro de 2010

Amyrtha

Amyrtha [Título de um conto da escritora uruguaia Olympia Frick]


Não quero por solidão ou descompasso perder teus abraços.
Nem perder-me nos tentáculos das palavras incompreendidas.

Não, não quero teu desatino.
Tua constante solidão ébria.

Quero navegar teus sonhos,
E descobrir-te a face,
E encontrar-te desnuda,
Afugentar teus pesadelos.

Não quero palavras vazias,
Sem sentido.
Quero ouvir tua voz tranquila,
Longe da multidão.
Longe do caos frenético dos fragmentos do eu.

Quero teu ser constante,
Tua loucura no limite da lucidez,
E teu sorriso pleno de sentido.

28 de julho de 2004.