sexta-feira, 24 de junho de 2011

Sobre o sentido do tempo

Plano assimétrico,
Preso ao compasso acelerado do tempo.
Pano velho de seda guardado em pó,
Pranto de uma noite vazia,
da melancolia, do não-sentido.


Planos sobre o movimento caótico,
acelerado do atropelo.
Pintados no teto sem cor de uma sala vazia,
Saem dos cantos,
Procuram as linhas.
Indefiníveis cores preenchem os espaços vazios.


Plana leve e inquietante a incompreensão,
Abarca toda a irracionalidade,
Pretende ser constante,
e se desfaz nas úmidas paredes do descaso.


É onde se esconde a dor,
Onde lamenta o não-ser a existência.
É onde encontra razão.
E por fim,
Um breve sentido.


Cláudia Tomaschewski
2004

terça-feira, 21 de junho de 2011

Dias Vãos

Ao fundo soava com o vento,
Asas de pássaro batendo,
Asas gigantescas e inquietantes,
Asas de pássaro e de serpente.

O vento não soava mais que devaneios,
E preso à minha garganta,
No fundo a garganta ainda geme.

Desperta em mim,
E verás mantos de trepadeiras se esgueirando pelo céu.

Venta triste melancolia,
Esconde o temor da incerteza.
Ânsia e mansa solidão é o que sinto,
E presente em todos os sentidos a calma dos dias vãos.

Perder o controle já não é desrazão,
E no vento se prende um dia calmo.

Venta ainda a incompreensão,
Revolta, dá voltas, e gira com o tempo
A mágoa dos dias vãos.