sexta-feira, 29 de julho de 2011

A dança

Panos coloridos ao fundo.
E eu tentando deter o tempo.
Ou mesmo fugir-lhe.
Que me persegue em horas inertes.
Cambaleia atrás de mim.
Tem estado aqui nos últimos dias.
Tem invadido meus sonhos.
Até dançou comigo certa vez.
Percorre minhas linhas como se fossem suas.

E que desejo eu além do corpo?
Da beleza da expressão?
E da poesia nos passos da dança?

E que ser sou?
Que danço sem corpo.
Pairo em torno das palavras.
E permaneço,
Em pequeno êxtase e morte repentina.

Pelotas, início de abril de 2004.