sexta-feira, 15 de julho de 2011

A cura do teu mal

Então viu as paredes do seu corpo
Se desmanchando em um líquido espesso,
Fétido sangue amargo.

Está tudo vermelho.
O sol queima a pálida pele escondida entre mentiras.
Entre demônios dançava fluindo a dor.
Entre a escuridão da noite,
E a amargura da realidade provocada pelo sol.

Você é tão bela,
Fica feia chorando.
E não há beleza na loucura?
Dentro da tua confusão só há o caos.

E ainda assim, a luz insistia em existir.
Para te deixar sobreviver por mais um instante.

Tudo que eu queria era conhecer teus segredos.
E tua pele de animal exalava melancolia.
Quase imperceptível, mas forte desespero.

Então você pensa:
Às vezes não há guia nos meus rumos.
Às vezes choro feito criança,
E não há afago, só castigo.

Então teu maior pesadelo,
São teus próprios pensamentos.
Teu maior castigo está dentro do teu corpo.

Tua loucura é própria,
Assim como todas.
E É dona das tuas emoções.
A cura vem do próprio mal.

13 de outubro de 2001.