terça-feira, 17 de janeiro de 2023

 


Tanta solidão 

Tanto descompasso

E será que agora é solitude que me chega,

Por fim a solitude?


Recolho fragmentos de mim

Com os cacos de memória que junto pelos cantos

E ainda canto,

Mesmo com tristeza,

Ainda canto.


Ainda é verão

E busco me encontrar

Depois de tantos anos peregrina,

Deitar raiz.


Só, mas com paz e vida

Vou esperar a manhã chegar

Para que o sol traga algo novo

Com o dia que vai raiar.


Só, e vou fazer comida

Para alimentar o corpo,

Que a alma,

Ainda dolorida,

Teima em animar.


A noite já se vai adentro,

E ainda estou acordada,

Pensando em que pensar.  

 

Escrito em 25 de fevereiro de 2018. 

Fotografia no meu jardim em dezembro de 2022.