Eles gritam!
Eu olho à meu redor,
Para dentro de mim,
Só vejo desalento.
A multidão chora,
À custa do seu próprio mal?
Poucos são inocentes.
Talvez nem haja inocência,
Talvez seja apenas a ocasião.
Muitos sofrem!
Vejo os sonhos rondando a multidão.
Também sonho, sou parte dela.
Mas temos pesadelos,
Somos silenciosos,
A maldade sussurra.
Julgam-se pecados,
Há penitência,
Perdão.
Pura hipocrisia!
Somos juizes de nós mesmos.
Porém, não justos.
Somos humanos, sem significar humanidade.
Como chamar humano o que mata?
Como chamar homem aquele que expõe seus iguais ao inferno?
Eles continuam gritando!
E continuarão.
Pelotas, 13 de dezembro de 2000.