domingo, 4 de junho de 2023

A paz da morte

 

Chegando
Eu vi aquela paz.
Que paz era aquela?
Paz da guerra entre os mortos.
Paz doente, após a tempestade devastar.
 
A paz silenciosa do medo não abandona.
Segue sempre dentro de nossos corações.
Dias feios de angústia
Dias de paz sem ter havido equilíbrio.
 
Paz da fome dos que descansam em paz.
E há cinzas
Do incêndio das vozes caladas
Pra manter a paz cruel,
Fétida, inescrupulosa. 

Paz,
Para não ferir teus olhos com o caos.
O preço da paz é nosso sangue.
E não é paz à teu lado,
É guerra.
 
Escrito em Pelotas ago/set 2001. 
Fotografia de dezembro de 2021.