terça-feira, 12 de abril de 2022

Sem título

 


 

 

Quisera eu encontrar as palavras certas pra dizer

Do horror e da beleza

Dos meus delírios passados.

 

Ontem vi a cidade no horizonte

Seus imensos prédios

Parecia apenas uma nuvem cinza

Diante da imensidão do mar e do verde

Da mata que resiste,

Que ainda existe.

 

Quisera eu encontrar um pouco de calma

Neste ser absurdo e incomunicável que sou.

 

Agora vejo de longe a imensa

Praia do Moçambique

Lugar de tantas memórias

De um passado recente

Que teima em invadir muitos minutos

Das minhas horas

 

Não tenho nenhuma inspiração

Escrevo estas linhas somente para mim

E a tinta que vai marcando o papel

Não serve pra mais nada

Que rabiscar palavras vazias

Repetidas e monótonas

 

Tantas gentes no mundo

Tanta confusão

E ainda assim o sol brilha

Sem consciência do tempo que contamos

 

O tempo das marés é calmaria

Longe está das nossas tramas

 

Que o mar me traga

Um pouco mais de paciência

Que a brisa reluzente traga

Do fundo do oceano

Uma medida mais exata

Para fugir do caos

 

Poema escrito em 06 de fevereiro de 2012. Fotografia do nascer do sol na praia do Moçambique em 26 de dezembro de 2021.