Tanta solidão
Tanto descompasso
E será que agora é solitude que me chega,
Por fim a solitude?
Recolho fragmentos de mim
Com os cacos de memória que junto pelos cantos
E ainda canto,
Mesmo com tristeza,
Ainda canto.
Ainda é verão
E busco me encontrar
Depois de tantos anos peregrina,
Deitar raiz.
Só, mas com paz e vida
Vou esperar a manhã chegar
Para que o sol traga algo novo
Com o dia que vai raiar.
Só, e vou fazer comida
Para alimentar o corpo,
Que a alma,
Ainda dolorida,
Teima em animar.
A noite já se vai adentro,
E ainda estou acordada,
Pensando em que pensar.
Escrito em 25 de fevereiro de 2018.
Fotografia no meu jardim em dezembro de 2022.