sábado, 10 de setembro de 2011

A filha do vento

Cala-te!
Pois sois filha do vento e a ele temes.
Temes a dor?
Temes a ti?
Como podes negar teus sentidos, se ao menos imagina que os tem?

Cala-te!
Não quero mais palavras fúteis,
Certezas incertas,
Verdades erradas!

O erro!
Que erro?
Quem sois para julgar?
Não julgas a ti mesma!

Pensas...
Te perdes!
Achas certezas que te inebriam de uma falsa ventura.

- Quem sois, afinal?
- Não te disse quem sou?
Sou tua sombra, minha sombra,
Teu passo, meu passeio,
E sei por onde passas,
Onde vagas procurando.

A procura nunca cessa.
Tenho-te aqui, viva, mas inerte...
Não sabes morrer em mim,
Nem sabes.

Sem data.