Quisera eu encontrar as palavras certas pra dizer
Do horror e da beleza
Ontem vi a cidade no horizonte
Seus imensos prédios
Parecia apenas uma nuvem cinza
Diante da imensidão do mar e do verde
Que ainda existe.
Quisera eu encontrar um pouco de calma
Neste ser absurdo e incomunicável que sou.
Agora vejo de longe a imensa
Praia do Moçambique
Lugar de tantas memórias
De um passado recente
Que teima em invadir muitos minutos
Das minhas horas
Não tenho nenhuma inspiração
Escrevo estas linhas somente para mim
E a tinta que vai marcando o papel
Não serve pra mais nada
Que rabiscar palavras vazias
Repetidas e monótonas
Tantas gentes no mundo
Tanta confusão
E ainda assim o sol brilha
Sem consciência do tempo que contamos
O tempo das marés é calmaria
Longe está das nossas tramas
Que o mar me traga
Um pouco mais de paciência
Que a brisa reluzente traga
Do fundo do oceano
Uma medida mais exata
Para fugir do caos
Poema escrito em 06 de fevereiro de 2012. Fotografia do nascer do sol na praia do Moçambique em 26 de dezembro de 2021.